Se tem um país no mundo favorável para road trips, é a Irlanda! Além de o aluguel do carro e a gasolina serem relativamente baratos, as estradas são cenográficas, com vistas para o mar, castelos e muitas (muuuitas) ovelhas pelo caminho!
Vou compartilhar aqui o roteiro que fiz para terem de base e adaptar o que for necessário. Foram 6 dias contornando a Irlanda e Irlanda do Norte, partindo de Cork.
É perfeitamente possível partir de Dublin ou qualquer outra cidade, já que o roteiro faz a volta toda na Ilha Esmeralda. E claro que se tiver mais tempo dá pra fazer com um pouquinho mais de calma e até incluir outros pontos.
Detalhes práticos: As estradas na Irlanda são mão inglesa, ou seja, dirige-se do outro lado. Para alugar o carro basta a carta de motorista do Brasil, mas tem que ser maior de 21 anos. Esse artigo do E-Dublin explica bem essa parte.
Ps. Vou colocar as dicas sobre Cork e Dublin mas elas na verdade não estão dentro desses dias, pois eu morava na primeira e já conhecia a segunda.
Dia 1: Cork / Gougane Barra / Ring of Kerry
Como eu disse, Cork é a cidade onde eu morava, então foi só o ponto de partida, mas recomendo muito incluí-la no roteiro pois é linda e um ponto estratégico para passar a noite.
A cidade é pequena então dá pra conhecer os pontos principais em um dia. Caso tenha mais de um, inclua o Blarney Castle no roteiro, aqui tem um post contando mais sobre ele.
Em Cork visite o English Market, o campus da UCC, as igrejas de St Finnbar e St. Anne e o Fitzgerald Park. Caminhe pelas margens do rio Lee, pela Patrick St e pela Oliver Plunkett St, onde existem diversos bares, cafés e restaurantes. Coma uma pizza no forno a lenha na cervejaria Franciscan Well enquanto toma um pint (dica, a IPA Chieftain é a melhor da vida!) e não deixe de passar no SinÉ pra ver uma sessão de música tradicional irlandesa.
Se sobrar tempo vá ao Blackrock Castle e à antiga prisão (leia aqui sobre ela).
Ai, que saudades Cork… ♥
Já na estrada, a primeira parada é Gougane Barra, um parque florestal onde a atração principal é o St. Finnbar Oratory, uma charmosa capelinha à beira do lago. Muito cenográfico e sem nenhum custo!
Depois partimos para o Ring of Kerry, onde as estradas são estreitíssimas e as paisagens sensacionais! Além de inúmeros pit-stops pra fotos no caminho, algumas das nossas paradas foram: o Staigue Fort, um forte/residência da idade do ferro e Waterville, cidade litorânea conhecida por ter sido destino de férias de Charles Chaplin.
Passamos a noite na cidade de Killarney, ficamos no Paddy’s Palace Hostel, que não é o mais fantástico do mundo mas tem um bom custo-benefício e a vantagem de ser no centro da cidade e bem próximo do Killarney National Park.
Ps. Preciso dizer que esse céu azul ensolarado das fotos não é o mais comum na Irlanda, tivemos sorte!
➜ Se tiver tempo inclua Kinsale e Cobh no roteiro!
Dia 2: Killarney / Limerick
O segundo dia foi quase inteiro no Killarney National Park que é enorme!
A primeira atração foi o Ross Castle, um castelo do século XV. Só é possível entrar com o guia e vale bem a pena, a visita é rápida pois poucos cômodos tem mobília, mas as explicações são bem claras e a paisagem em torno do castelo é linda!
No caminho para o próximo ponto fomos presenteados com esse mar de flores que deixou a paisagem parecendo um bosque encantado! certeza que tinham algumas fadas e leprechauns por ali. 😉
Seguimos para a Muckross Abbey, uma abadia de 1448 fundada por padres franciscanos, mas que hoje está em ruínas, e depois para a Torc Waterfall, uma cachoeira escondida no fim de uma trilhazinha simples com vista caminho!
Além disso tem vários outros pontos interessantes e paradas com vistas para os três lagos, que são o foco principal do parque. Um dos mirantes mais conhecidos e bonitos é o Ladie’sView.
No fim do dia fomos para Limerick. Caminhamos um pouco pela cidade, passando pela St. Mary’s Cathedral e o King John’s Castle, na beira do Shannon, maior rio da Irlanda.
Aqui ficamos hospedados num Airbnb fora da cidade.
Ps. Não coloquei Galway nesse roteiro pois já estive lá antes, mas é uma opção mais interessante de pernoite do que Limerick.
➜ Se der, inclua Skellig Michael, Dingle, Beara Peninsula e Mizen Head!
Dia 3: Cliffs of Moher / Connemara (Kylemore Abbey) / Donegal
O Cliffs of Moher é a atração natural mais visitada da Irlanda, e é simplesmente um lugar maravilhoso! Aqui tem um post todinho sobre ele!
No meio do dia rumamos para Connemara. O objetivo principal era a visitar a Kylemore Abbey, mas pra chegar até ela é preciso passar pelo Connemara National Park, e que caminho lindo é aquele! Com montanhas, lagos e ovelhas que te obrigam a ir mais devagar só pra curtir cada segundo.
A abadia é um dos cenários mais extraordinários que vi na Irlanda! A construção neogótica já é incrível, mas o que a faz mais interessante ainda é estar inserida entre o lago e as árvores ao pé da montanha, surreal!
A visita dá direito a conhecer o palácio, que com o tempo foi transformado em abadia, a capela e os jardins.
Paramos para jantar em Sligo, uma cidadezinha super fofa, e chegamos em Donegal já bem tarde, então acabamos nem conhecendo a cidade (o que não é tão grave pois as cidades irlandesas são bem parecidas entre si rs).
Ficamos no Donegal Town Independent Hostel, que é bem simples, gerenciado pela simpática Linda, mas que parece mais uma casa do que um hostel.
Dia 4: Giant’s Causeway / Carrick-a-rede / Belfast
O 4º dia foi dedicado à Irlanda do Norte, que embora gere muita confusão, é outro país, pertence ao Reino Unido e tem a libra como moeda.
Paramos primeiro no Giant’s Causeway ou Calçada do Gigante. Um lugar surreal! Existe um centro de visitantes onde a entrada é cobrada, mas é possível entrar sem passar por ele, sendo obrigatório apenas caso use o estacionamento.
O lugar é uma formação rochosa junto ao mar que embora pareça ter sido esculpida pelo homem, na verdade é resultado de duas erupções vulcânicas e o congelamento da área na era glacial.
Além das explicações históricas existem também as lendas, sendo que a mais popular é a de que o gigante Finn MacColl teria construído a calçada para atravessar o mar e lutar contra o gigante rival na Escócia!
Bem pertinho de lá fica a outra grande atração da Irlanda do Norte, a ponte de corda de Carrick-a-rede. É um caminho curto mas desafiador pra quem tem vertigem por conta do clima irlandês, conhecido pelas fortes rajadas de vento.
A ponte faz a travessia para uma pequena ilha onde é feita a pesca de salmão. A paisagem, nem preciso dizer, é fascinante!
A próxima parada é destino certo de todo fã de Game of Trones, The Dark Edges. No caso como não assisto a série (sim, esse tipo de gente existe mesmo!), achei apenas um lindo caminho de árvores entrelaçadas, mas com tanta gente no meio que até perdia um pouco o encanto.
O fim do dia foi na capital Belfast que já adianto, não gostei!
Ficamos hospedados no International Youth Hostel e à noite fomos conferir o The Dirty Onion, um pub que nos indicaram e gostamos bastante.
Dia 5: Belfast
Bom, nem tudo é perfeito, Belfast pra mim foi uma decepção. Achei a cidade sem graça e com o clima pesado.
Apesar de não ser mais nem de perto tão perigoso como era na época do conflito católicos x protestantes (pra simplificar pois a história é na verdade bem mais complexa que isso), os muros que dividem a cidade ainda existem e os portões ainda são fechados todas as noites!
Mas tem uma coisa que recomendo demais fazer por lá, o Titanic Experience! O monumental prédio tem a mesma altura do casco do famoso navio e dentro conta-se a história do navio, e consequentemente da tragédia em detalhes e com muitos recursos multimídia.
Fora isso as outras atrações da cidade são o prédio da Câmara Municipal, o Albert Memorial Clock, os Peace Walls (muros com grafites políticos que dividem a cidade), caminhar pelas ruas do centro e curtir os pubs, que são muito mais ingleses do que irlandeses!
Dia 6: Newgrange / Dublin / Cork
No último dia paramos em Newgrange, uma construção funerária mais antiga do que as pirâmides do Egito! A entrada é feita somente através do centro de visitantes, e com guia.
Na parte externa é possível ver grandes pedras adornadas com símbolos hoje conhecidos como da cultura celta, porém de origem e explicação indefinidos. Na pequena parte interior que temos acesso, a guia explica, entre outras coisas, sobre o raro fenômeno em que, no solstício de inverno, um raio de sol entra pela abertura do teto, percorrendo o corredor até o centro da câmara.
É um evento concorridíssimo e é preciso participar de um sorteio para ter a chance de estar lá.
O final da viagem teve uma rápida parada em Dublin antes de voltar para Cork.
Alguns dos pontos de maior interesse na cidade são: O Temple Bar, que é um bar, como o nome sugere, mas também uma região inteira cheia deles; a fábrica da Guinnnes; a St. Patrick’s Cathedral; o Trinity College (e especialmente sua fabulosa biblioteca); os parques St. Stephen’s Green e Phoenix Park (pra ver de perto os veadinhos tão fofos que estão sempre por lá); o Dublin Castle; a Ha’Penny Bridge e o imenso Spire.
➜ Se tiver tempo inclua Kilkenny e Wicklow Montains no roteiro!
Não deixe de fazer na Irlanda: Ver uma sessão de música tradicional (se possível com a dança também), comer Scones e Fish&Chips ou Stew, tomar um irish coffe e claro, um pint num pub tradicional (que nem precisa ser de Guinnes, já que todas são boas!).
Resumo:
Dia 1: Cork / Gougane Barra / Ring of Kerry
Dia 2: Killarney / Limerick
Dia 3: Cliffs of Moher / Connemara (Kylemore Abbey) / Donegal
Dia 4: Giant’s Causeway / Carrick-a-rede / The Dark Edges / Belfast
Dia 5: Belfast
Dia 6: Newgrange / Dublin / Cork
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