Uma incrível ocupação artística no antigo hospital Matarazzo

Em 1904 o hospital Umberto Primo começou a ser construído nas proximidades da Avenida Paulista, em São Paulo. Conhecido como Hospital Matarazzo, o lugar foi doado pelo Conde Francisco Matarazzo, imigrante italiano, e durante muito tempo foi referência na área de saúde no Brasil. Em 1986 o complexo de prédios foi tombado pelo patrimônio histórico mas pouco tempo depois, em 1993 fechou suas portas por problemas financeiros.

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O empresário francês Alexandre Allard comprou o local e tem planos culturais, comerciais e hoteleiros que estão gerando opiniões divididas. O que ninguém pode negar é que ocupar um antigo símbolo abandonado da cidade com as mais diversas expressões artísticas foi um presente para os paulistanos (e turistas).

Além de estar super curiosa para conferir a mostra, o lugar também faz parte da minha história de vida. Tanto eu quanto meu namorado nascemos na Maternidade Condessa Filomena Matarazzo, dentro do complexo. Como disse Cazuza… Nossos destinos foram traçados na maternidade.

Apesar do nome “Made by… Feito por Brasileiros”, há também diversos artistas internacionais entre os mais de 100 convidados para expor. O local foi “renomeado” para Cidade Matarazzo e quase todas as suas salas, corredores e jardins foram preenchidos com instalações artísticas. As proporções são imensas, mas é possível visitar todos os 7 blocos em um dia.

Já no pátio de entrada a enorme e vibrante escultura do artista belga Arne Quinze impressiona, assim como outras intervenções como coqueiros feitos de pneus, uma misteriosa instalação humana do brasileiro Tunga e as cabeças douradas da francesa Myriam Mechita.

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Entrar no prédio do antigo Hospital Matarazzo e ver como tudo está abandonado é chocante e triste mas ao mesmo tempo, esse aspecto cria um contraste e por vezes uma interação com as obras, como as portas e janelas fechadas pelo chinês Wang Du com jornais, computadores e outros objetos usados e a sala da paulista Dora Longo onde estão dois triciclos antigos que podem ser usados pelas crianças nos corredores do bloco A.

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O “Piano Dentelle #2”, instrumento que foi todo coberto com rendas pela artista portuguesa Joana Vasconcelos é incrível! Maravilhosa também é a sala do brasileiro Rodrigo Bueno, repleta de objetos religiosos que estavam abandonados no local.

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A sala de Vik Muniz conta “O Curioso Caso de Agenor Andrade Filho ou o Episódio das Pedras Invisíveis”, um estranhíssimo caso de pedras nos rins de um paciente hipocondríaco do antigo hospital. Os médicos retiraram as pedras que só aparecem imersas em um líquido, como mostra a foto. Os objetos, que foram encontrados nas dependências do hospital, haviam sido escondidos pois o caso provocou risadas entre a classe médica da época.

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Alguns dos pontos altos, e mais disputados são a escadaria, localizada no bloco B, onde o norueguês Per Berclay inundou a base com óleo de motor usado, criando um incrível efeito visual e a sala ocupada por Kenny Scharf, de Los Angeles, chamada de Cosmic Cavern. O artista preencheu todo o espaço com diversos objetos coloridos e aplicou uma luz neon, a animada trilha sonora completa o ambiente vivo e alegre!

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No bloco 7, o cenário é de filme de terror! Pelas janelas da antiga lavanderia do Hospital Matarazzo vemos a chuva artificial que o brasileiro Artur Lesher criou. No ambiente ao lado, Laura Vinci e José Miguel Winski colocaram panos brancos em frente à ventiladores e um som fantasmagórico que tenho que admitir, me deu arrepios!

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Os jardins também foram aproveitados com instalações que brincam com a ilusão de ótica, como as esculturas em arame do francês Jean-Luc Favéro, simulando uma floresta invisível. A obra “O Abuso da História”, de Héctor Zamora, consiste em vários vasos quebrados que foram jogados das janelas do andar superior. Em uma das salas há um vídeo mostrando a ação.

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E se chegando ao fim você já estiver cansado, aguente mais um pouquinho e vá conferir o interior da capela! A artista Joana Vasconcelos (a mesma do piano rendado) chamou a instalação de “Valquíria Matarazzo”, inspirada na mitologia nórdica. O espaço ganhou uma iluminação colorida e diversos objetos feitos com tecidos e outros materiais criando uma atmosfera lúdica e agradável.

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Para quem curte arte ou tem curiosidade de conhecer o que sobrou do antigo Hospital Matarazzo essa é uma oportunidade imperdível, e só até dia 12 de outubro!

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Informações Úteis:

Made By… Feito por Brasileiros

www.feitoporbrasileiros.com.br

Terça a domingo | 09:00 às 17h | Grátis

Alameda Rio Claro, 190

Crianças e adolescentes de até 14 anos devem estar acompanhado dos pais ou responsáveis

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