Morar fora – Planejamento passo a passo

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Concretizar o sonho de morar fora é algo que requer muito planejamento! Ainda que existam por aí histórias de gente que “largou tudo e foi viajar”, mesmo essas pessoas precisaram se planejar, caso contrário a possibilidade de voltar frustrado é enorme. E olha que esse conselho está sendo dado por alguém extremamente imediatista e ansiosa, ou seja, é possível!

Muita gente vê a ideia de morar fora como algo longe ou inatingível, ou imaginam que seja só pra quem tem muito dinheiro. Estão enganadas! Com planejamento e paciência, um intercâmbio é totalmente possível! Estou longe de ser uma entendida do assunto, mas por já ter uma experiência dessas no currículo e outra a caminho, decidi elaborar uma lista com alguns passos para ajudar quem está pensando em dar um pulinho logo ali, no mundo.

1. Traçar os objetivos

Você quer estudar outra língua? Viver um período sabático? Trabalhar em outro país? O motivo da viagem é a primeira coisa a ser definida, a partir daí será possível traçar o tempo da viagem (ou mesmo se ela terá passagem só de ida) e quais as burocracias necessárias. Para quem vai estudar há o visto de estudante que normalmente não é difícil de conseguir, agora se a ideia é trabalhar, caso não tenha a cidadania, precisa de muita pesquisa pra entender as leis do país escolhido e ver se você se encaixa nelas.

2. Decidir o destino

Antes de mais nada é preciso escolher um lugar que te desperte interesse, que tenha a ver com você, ou com os objetivos que você tenha. É hora de pesar quais são suas limitações (afinal, é pra ser uma experiência agradável, não um teste de sobrevivência), países com temperaturas mais baixas por exemplo, costumam ser bem preparados, com aquecedores em todos os estabelecimentos, mas se o frio for uma barreira intransponível, já descarte as cidades geladas! É importante lembrar que para morar em outro país é preciso sempre estar aberto a novas culturas e experiências, se você não suporta a ideia de viver sem um arroz com feijão, melhor ficar por aqui mesmo! 😉

Assim que tomar sua decisão já comece a correr atrás da documentação necessária, visto, cidadania, passaporte… isso pode consumir bastante seu tempo e dinheiro então não deixe para última hora.

3. Juntar o dinheiro

Decidido o destino e o tempo da viagem (ou pelo menos o tempo inicial), é hora de começar a guardar dinheiro. Nós costumamos fazer uma planilha com a estimativa dos gastos principais, por exemplo: moradia, escola (se for o caso), transporte, alimentação e lazer (essa última é importante pois se levar o dinheiro contado só pra sobreviver você vai acabar não podendo ter outras experiências) e além disso o valor das passagens e documentação, caso necessário.

Normalmente blogs de brasileiros morando fora são as fontes de informação mais atualizadas para chegar em uma média sobre esses valores, mas sempre pesquise em mais de um lugar e observe se as informações são recentes ou ainda válidas. Outra opção é fechar tudo em uma agência de intercâmbio, é o meio mais simples mas provavelmente o mais caro. O que eu não recomendo é acreditar quando dizem que com um valor relativamente baixo é possível viver por alguns meses em determinada cidade, esses casos normalmente acabam mal, o dinheiro acaba antes do planejado, você é obrigado a trabalhar com qualquer coisa que aparecer pela frente (se aparecer) e acaba não conseguindo curtir tanto quando poderia. Minha sugestão é esperar mais tempo se for preciso, mas levar dinheiro suficiente para não frustrar sua experiência logo no começo. Mesmo que a ideia seja trabalhar, o ideal é ir preparado, já que não costuma ser tão simples arrumar um emprego logo no começo, e assim o dinheiro a mais que entrar pode virar viagens, jantares, compras…

Além disso, é interessante deixar uma quantia reservada para a volta. Mesmo que vá voltar para a casa dos pais, pode demorar um pouquinho até a vida voltar ao normal por aqui, então é melhor se prevenir.




4. Comprar a passagem

Assim que definir a data já pode começar a pensar na passagem. O ideal é comprar com bastante antecedência, e dessa forma também é possível esperar por promoções que se encaixem no que você precisa. Quem pretende fazer uma viagem mais prolongada vai se deparar com uma questão delicada… a passagem de estudante é normalmente mais barata do que as comuns, porém a data de volta pode ser estendida para no máximo 1 ano da data de ida, ou seja, se a ideia é ficar mais de um ano, não serve! Dependendo do país escolhido tanto a ida quanto a volta tem escala, então uma opção é esperar por uma promoção (ficando assim mais barata do que a de estudante) e “queimar” a volta, que nesse caso pode ser estendida para no máximo 3 meses, aproveitando para fazer uma viagem à cidade de escala. Não deixe de comprar o seguro viagem! Além de obrigatório para alguns países, ele é sua segurança caso algo aconteça.

5. Escolher a escola (caso vá estudar)

Para este passo há dois caminhos. Procurar uma agência de intercâmbio, que vai te oferecer as opções com as quais trabalham ou fechar direto com a escola. Não necessariamente a agência é mais cara, mas talvez não tenha a opção que você procura. Quando moramos em Paris, fizemos uma intensa busca, entramos em contato e fechamos direto com uma pequena escola de francês para estrangeiros, o valor foi consideravelmente menor do que as grandes escolas e a experiência foi ótima! Dessa vez também pesquisamos as escolas por conta, mas fechamos por uma agência pois ficava exatamente o mesmo valor do que fechar direto e ainda teremos a assistência deles. Não há uma fórmula, o segredo é sempre pesquisar e orçar o máximo possível antes de tomar qualquer decisão. Outra coisa legal é chegar na cidade pelo menos uma semana antes do começo do curso, assim você já vai se localizando e se familiarizando um pouco com todo aquele novo universo.

6. Encontrar uma casa

O mais interessante é tentar encontrar um lugar próximo a escola ou trabalho, assim não há gastos com transporte e todo o processo fica mais simples, mas isso também não é uma regra, e aqui entra uma nova leva de pesquisas para entender o perfil de cada bairro, onde evitar por não ser tão seguro, onde é viável, onde é caro, se tem transporte adequado (as vezes é melhor pagar mais em um aluguel onde tudo é perto do que morar mais afastado e ter o mesmo gasto com transporte por exemplo).

Se tiver a possibilidade, alugue um lugar para os primeiros meses e estando lá procure algo para os próximos, isso porque normalmente saímos daqui meio sem saber o que vamos encontrar, e estando lá é possível visitar os lugares e escolher onde se adapta melhor, além de conseguir valores mais em conta. Uma boa opção, pelo menos no começo, é alugar através do Airbnb para evitar a burocracia que costuma ter esse tipo de aluguel para estrangeiros. Não é o meio mais barato mas é muito prático e nunca tivemos problemas! Fique atento com os golpes em anúncios de particulares, se a oferta for muito milagrosa, desconfie. E se pedirem qualquer tipo de adiantamento sem ao menos ir ver a casa, esqueça!

7. Começar a entender o mercado de trabalho (caso vá trabalhar)

Se a ideia é encontrar um emprego, a preparação já tem que começar bem antes de embarcar! Primeiro é preciso entender se o seu tipo de visto dá direito a trabalhar e quantas horas por dia, em seguida já traduzir (ou contratar alguém) o currículo para a língua do país escolhido, muitas vezes eles formulam o CV diferente de nós, talvez a ajuda de um profissional para esse tipo de serviço seja válido. As redes sociais também são de grande ajuda, o Linkedin, é claro e até o Facebook para trabalhos mais informais.

8. Embarcar!

Depois de tanta preparação, chega o grande dia, o momento de embarcar para uma nova fase que com certeza será inesquecível e mudará sua vida! Lembre-se de que vão haver dificuldades, muitas, mas superá-las vai te tornar alguém muito mais independente e cada segundo de novas experiências vai valer a pena!

Boa sorte, boa viagem e qualquer dúvida é só escrever aqui! =)

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