Visitar Barcelona é, entre outras coisas, imergir profundamente no mundo colorido e orgânico de Gaudí. O arquiteto catalão nasceu em Reus e passou a maior parte de sua vida em Barcelona, onde deixou um grande legado de obras modernistas como a Casa Battló, sempre inspiradas em elementos encontrados na natureza.
Suas técnicas normalmente fugiam do convencional para época, como por exemplo o uso da maquete invertida, em que ele utilizava correntes e cordas com pesos nas pontas e através de um espelho via a imagem invertida. Além é claro, dos mosaicos coloridos feitos com fragmentos de cerâmica ou vidro, sua marca registrada.
A Casa Batlló, patrimônio mundial da UNESCO, me deixou maravilhada! É bastante caro e talvez isso faça muita gente desistir, mas eu sinceramente recomendo guardar uns eurinhos a mais e ter essa experiência.
PS. A casa é tão incrível que serviu de inspiração para os cenários do Castelo Rá-tim-bum!
O edifício, construído em 1877, fica no bairro modernista de Barcelona, no Passeo de Grácia, uma das avenidas mais famosas da cidade. Foi reformado por Gaudí entre 1904 e 1906 a pedido do proprietário, Don José Battló Casanovas.
A princípio a ideia era demolir todo o prédio e recomeçar do zero, mas no fim acabou sendo “apenas” uma reforma. Há vários mistérios em relação aos simbolismos utilizados pelo arquiteto. Uma das famosas teorias é a de que o telhado de escamas coloridas represente um dragão, fazendo referência a São Jorge. Os balcões da fachada tem formatos que se assemelham à crânios e por isso o conjunto ganhou o apelido de “casa dos ossos”.
Fomos em uma noite chuvosa e fria noite de Novembro e tivemos que encarar uma pequena fila (mas é possível comprar pela internet, o que é mais inteligente). Ao entrar você recebe um áudio-guia que faz toda a diferença na visita, dê o play e viaje com as explicações e ambientações de cada cantinho da casa.
A visita começa no térreo, onde já é possível perceber que Gaudí se inspirou totalmente nos elementos marítimos e nas características de diversos animais para o projeto da Casa Battló. Não há um elemento reto na casa, desde os móveis e objetos até as paredes, cuja textura remete a escamas de peixe.
O corrimão da escada de carvalho que leva ao andar nobre sugere a espinha dorsal de um grande animal. Os vasos são peças de Pujol I Bausis ceramista.
As portas e janelas, todas com formatos orgânicos, são feitas de madeira e vidro, sendo a parte de cima ornamentada com vitrais coloridos que dão um efeito incrível. Gaudí se preocupou muito para que a casa recebesse bastante iluminação natural, para isso fez aberturas estratégicas em alguns locais e trabalhou as portas com vidros foscos, para que a luz passasse de um ambiente para outro sem perder a privacidade.
No andar principal há uma curiosa lareira em cerâmica com formato de cogumelo. José Battló pediu que ela tivesse bancos confortáveis para que a família desfrutasse do espaço em dias frios.
O salão principal é uma das partes mais interessantes! O teto, todo retorcido, sugere o movimento da água e o lustre central simboliza uma água-viva. A enorme janela tem vista para o badalado Passeo de Grácia.
Pensando na questão do arejamento, Gaudí criou um esquema simples e genial de abertura de ventosas localizadas abaixo das portas para entrada regulada do ar (quase que como um ar condicionado da época).
No pátio externo há uma fonte e um colorido jardim de cerâmica, feito com as sobras da fachada. Mas como estava chovendo bastante, não conseguimos aproveitar muito o exterior.
O pátio interno é todo coberto por azulejos em diferentes tonalidades de azul, com tons mais claros nos andares baixos, onde há menos entrada da luz e tons mais escuros nos andares altos. Além disso, as janelas também trabalham para dar esse equilíbrio, sendo maiores nos andares inferiores e menores nos superiores.
Neste local é possível perceber totalmente a inspiração de Gaudí nos ambientes marinhos, especialmente pelos vidros irregulares, que dão a sensação de estarmos embaixo d’água.
No último andar, chamado de águas furtadas, todas as paredes tem uma coloração verde água, os arcos que sustentam o terraço são como as costelas de um gigante animal e projeções representam o que funcionava nos locais.
No fim, um vídeo bastante lúdico mostra todo o encanto da casa que acabamos de visitar.
No terraço há um conjunto de chaminés decoradas com mosaicos de cerâmica e o suposto dragão.
Além de todo o trabalho estético e arquitetônico, Gaudí também desenhou a fonte usada nos números das portas, projetou detalhes como as maçanetas (que eram feitas para encaixar anatomicamente na mão) e criou diversos móveis, como estas cadeiras expostas no fim da visita.
Esse vídeo maravilhoso capta bem a ideia da casa!
Informações úteis:
Site oficial: www.casabatllo.es
Valor: Adulto 24,50€ | Estudante 21,50€ | Crianças -7 anos não pagam (outros valores no site)
Horário: Todos os dias, das 09:00 às 21:00 (Entrada até as 20:00)
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