Viena é uma capital luxuosa! Cafés tradicionais, lojas caríssimas e prédios suntuosos compõe o cenário que rodeia turistas e locais no centro histórico da cidade. Há muito o que ver, fazer e saborear, mas acredito que em 3 dias inteiros é possível conhecer o essencial.
Vou compartilhar aqui o meu roteiro, que foi bastante despretensioso e contou com dicas valiosas de uma amiga austríaca que conheci quando morei na Irlanda e de quem pude matar a saudade passeando por Viena! ♥
A viagem foi em janeiro de 2022, em pleno inverno. Se for nessa época, tire a roupa de frio do armário, coloque na mala o casacão, o cachecol e um guarda-chuva para os dias molhados. Em relação a preços, Viena é um destino caro comparado a outras cidades europeias, prepare os bolsos!
Ficamos hospedados neste apartamento, que não fica em uma região central mas é bem servida de transportes públicos, aparentemente como toda a cidade. No fim do post compartilho algumas dicas de como se locomover em Viena e um mapa com todos os pontos citados.
Diferente de outras capitais, Viena tem um ritmo tranquilo, onde os mais frenéticos não são os locais, mas os turistas. Além disso, é uma cidade mais diurna, lojas e restaurantes fecham cedo e depois das 22h já começa a ficar difícil encontrar um lugar para jantar.
RESUMO DA VIAGEM - 3 DIAS EM VIENA Hospedagem: Apartamento GOOD(wo)MAN'S HOME I Época/Clima: Janeiro/Inverno Locomoção: Transporte público Idioma: Alemão Moeda: Euro
DIA 1 – Palácio de Schönbrunn, Palmenhaus, Catedral de Santo Estevão, Café Hawelka
Começamos o dia no Palácio de Schönbrunn, que foi a residência de verão da família real austríaca, os famosos Habsburgos. Não visitamos o interior mas caminhamos pelos jardins à la Versailles passando pela Fonte de Netuno e a Gloriette, uma estrutura no alto da colina que hoje abriga uma cafeteria e de onde se tem uma vista completa do palácio e do jardim.
Ainda dentro da enorme área verde de Schönbrunn, fomos até a Palmenhaus, uma estrutura linda e gigantesca feita de aço e vidro. O espaço é uma estufa com áreas climatizadas para abrigar diversos tipos de plantas. Aqui também não entramos, mas seguimos para sua irmã mais nova, a Palmenhaus do centro da cidade, que tem uma estrutura similar mas é um restaurante. O espaço é lindo e a comida é gostosa, um misto de tradicional e contemporâneo, mas o preço é bem salgado!
A próxima parada foi a Catedral de Santo Estevão, na Stephansplatz. A igreja, de arquitetura gótica, é um dos cartões postais de Viena, mas se destaca de outras desse mesmo estilo por seu icônico telhado de mosaicos. A visita ao interior é gratuita. Também é possível comprar tickets para descer às catacumbas e subir às torres.
Fomos ao Café Hawelka para provar alguns doces típicos, como o apfelstrudel, já mais conhecido mundo afora, e o topfenstrudel, uma versão também doce e folhada, mas feita com queijo. O lugar se tornou ponto de encontro de artistas e intelectuais após o fim da Segunda Guerra e conserva essa atmosfera até hoje.
Terminamos o dia tomando uma cerveja no Café C.I., nos arredores da Yppenplatz. Essa é supostamente uma região artística e vibrante, com mercados de rua, bares e restaurantes, mas aparentemente não é sexta à noite que o lugar ganha vida, talvez seja mais animado durante o dia ou aos sábados e domingos.
DIA 2 – Museu Albertina, Naschmarkt, Centro, Cervejaria 7 Stern Bräu, Anker Clock
A primeira parada do dia foi o Museu Albertina, que fica bem no centro da cidade e tem uma coleção incrível com obras de grandes nomes como Monet, Picasso, Magritte e Miró, além de outros menos conhecidos mas igualmente interessantes. As descrições detalhadas dos períodos artísticos e de várias obras dão um contexto histórico que enriquece ainda mais a experiência. Além da coleção permanente, sempre há exposições temporárias, e essa foi uma das melhores partes da visita! Me encantei pelo trabalho vibrante da artista alemã Ruth Baumgarte (1923-2013).
Depois de passar horas no museu, estávamos famintos! Fomos comer no Naschmarkt, um mercado de rua com um clima incrível que vende de tudo um pouco: especiarias, doces, roupas, comida… E em meio a tudo isso, há restaurantes de diferentes tipos de cozinha. Pedimos pratos típicos austríacos, o famoso schnitzel (carne de porco empanada) e o spätzle (uma massa leve com queijo e cebolinha, divino!), mas confesso que os petiscos me deixaram com vontade de voltar e ficar algumas horas só vendo a vida passar com uma cerveja na mão.
À noite, caminhamos um pouco pelo centro da cidade. Destaque para o suntuoso edifício do Palácio Hofburg e para a Maria-Theresien-Platz, uma praça com a escultura da imperatriz Maria Teresa em meio a dois imponentes prédios quase idênticos, o Museu de História Natural e o Museu de História da Arte. Muitos desses lugares fazem parte da Ringstrasse, uma rota que passa pelos principais cartões postas de Viena. Outro ponto interessante é o Anker Clock, um relógio de 1914 em estilo art nouveau formado por 12 esculturas de figuras históricas que se movem conforme o passar das horas. Todos os dias ao meio dia há uma apresentação com música em que os personagens dão uma volta completa.
Seguimos pelo Museumsquartier um pouco sem rumo até encontrar a 7 Stern Bräu, uma cervejaria vienense com ambiente bem tradicional e cervejas deliciosas. Quem curte esse tipo de programa tem definitivamente que incluir no roteiro! Achei essa região cheia de cantinhos interessantes, como uma street art passage com um mural do artista urbano Invader, entre outras intervenções.
Para fechar a noite, paramos no artístico Café Korb para experimentar a sachertorte, o tradicional bolo de chocolate de Viena. Tenho que dizer que os cafés foram pontos altos da viagem, todos os que fomos têm um ambiente tradicional que transporta os clientes para outra época. É de fato parte da rotina da cidade, onde muitos vienenses ainda trocam o celular pelo jornal para acompanhar o café.
DIA 3 – Palácio Belvedere, Cervejaria 1516, Ópera de Viena
No último dia da viagem, visitamos o Palácio Belvedere, antiga residência real de verão que na verdade está dividido entre Alto e Baixo Belvedere e é hoje um conjunto de museus com um jardim espetacular. O prédio tem algumas áreas preservadas, como a capela e o salão onde, em 1955, foi assinado o tratado que devolveu à Áustria sua independência após a Segunda Guerra Mundial.
Mas o motivo de maior interesse é sem dúvidas a coleção permanente das obras de Gustav Klimt, pintor austríaco famoso pelo quadro “O Beijo”. Gostei muito de ver algumas das célebres telas do artista, sempre marcadas pelo dourado e por elementos geométricos, mas os quadros menos famosos são igualmente interessantes! Ali também estão expostas obras de outros artistas austríacos de diferentes épocas. No café do museu provei a Sisi torte, que além de linda é deliciosa!
Correndo o risco de me tornar um pouco repetitiva, quero indicar outra cervejaria que encontramos por acaso, bem no centro da cidade! O nome é 1516 Brewing Company e o ambiente de pub é convidativo! A cerveja, produzida ali mesmo, é o par perfeito para a comida austríaca!
Viena é quase sinônimo de música clássica. Compositores austríacos importantísimos como Mozart, Beethoven e Strauss viveram e trabalharam na cidade, e o epicentro dessa cultura musical é a Ópera de Viena, que inclusive foi inaugurada com uma ópera de Mozart. E para uma despedida marcante, lá fomos nós assistir “O Barbeiro de Sevilha”, do italiano Gioachino Rossini (aquela do Fííííígaro, Fígaro, Fígaro). A peça é incrível, com músicos talentosíssimos, mas o próprio prédio também impressiona pela luxuosidade. Há vários tipos de ingressos e no geral não é um programa barato, mas há opções bem acessíveis caso você aguente passar o espetáculo todo em pé.
Como se locomover em Viena
A maioria das atrações no centro da cidade são próximas, e caminhar até elas é um ótimo jeito de explorar um pouco a capital austríaca. Mas, para os pontos mais distantes, Viena tem uma rede de transportes excelente e bem conectada que inclui trem (S-Bahn), metrô (U-Bahn) ônibus e bonde (Straßenbahn).
É possível comprar o bilhete nas estações de metrô e é necessário validá-lo ao entrar em cada uma dessas opções. Se for utilizar o transporte muitas vezes, vale a pena pegar o passe de 24h/48h/72h, que pode ser usado quantas vezes quiser dentro desses períodos.
Como ir do aeroporto ao centro de Viena: nós optamos pelo trem público, linha S7, é a opção mais acessível e o tempo é de aproximadamente 30 minutos. A estação é integrada com o aeroporto. Há também a opção do trem CAT (City Airport Train), que vai direto ao centro da cidade, e claro, taxi ou uber.
Para mais informações sobre o transporte em Viena, acesse www.wienerlinien.at.