Sou muito suspeita para falar de Monet. Sua arte sempre encantou minha avó, de quem herdei, entre tantas referências, o gosto pelo artista.
Nunca vou esquecer de quando ela me levou ao MASP, em São Paulo, para ver uma exposição dedicada ao pintor francês. As obras ficaram guardadas na minha memória e na minha estante guardo com paixão o livro que ela me comprou nesta ocasião, Linéia no Jardim de Monet.
Por esse motivo o lugar era ponto obrigatório de visita quando fui conhecer Paris, tão importante quanto a Torre Eiffel. Me apaixonei tanto que depois disso ainda fui mais duas vezes, podendo admirar o lugar na primavera, no verão e no outono!
Ainda jovem, Oscar-Claude Monet foi para Paris para estudar arte (meio a contra-gosto da família) onde conheceu Camille, futuramente sua esposa e musa inspiradora em diversos quadros.
Algum tempo depois, os dois alugaram uma casa para passar o verão com Alice, uma amiga que tinha sido abandonada pelo marido com 5 filhos e grávida de mais um. Depois nasceu o segundo filho de Camille e Monet, ela morreu de tuberculose, deixando o marido devastado.
Quando se recuperou, Monet voltou a pintar e decidiu arrumar uma nova casa para viver com Alice e as 8 crianças. Se apaixonou imediatamente pela casa cor-de-rosa, para onde se mudaram. Depois da morte de Ernest, Alice e Monet se casaram e permaneceram juntos até a morte da esposa.
Ele faleceu com 86 anos, após uma nova onda de enorme tristeza pela perda da segunda esposa e graves problemas de catarata, que quase o cegaram. Por esse motivo, nessa época ele passou a trabalhar com cores fortes e pinceladas intensas em seus quadros.
Como chegar no Jardim de Monet?
A cidade onde fica a casa e o jardim, chama-se Giverny, fica na charmosa região da Alta-Normandia, há aproximadamente 1 hora de Paris. É possível fazer a viagem de trem, mas ir de carro também e tem suas vantagens, como conhecer melhor a cidadezinha de Vernon (essa da foto acima).
Para ir de trem, basta comprar o bilhete no site da SNCF. Recomendo comprar pela internet ou antecipadamente pelas máquinas no metrô, para garantir o horário e não perder tempo na estação.
Você deve procurar por Paris-Vernon, pois o trem não chega até Giverny. Chegando em Vernon, há diversos ônibus parados próximo à estação, que levam até o destino final (é só seguir o fluxo, a enorme maioria estará indo para lá também, já que Vernon não é uma cidade com grandes atrativos). Você pode comprar o bilhete direto com o motorista.
Normalmente os horários dos trens são casados com os do ônibus, mas é bom ficar atento aos horários de saída (eles dão um folheto) para não correr o risco de perder o trem. Outra opção é ir de bicicleta, que você pode alugar em Vernon.
Descendo do ônibus, novamente siga o fluxo, a casa fica à poucos minutos do estacionamento. Para “despistar” um pouco o grupo de pessoas que fará a visita ao mesmo tempo, entre em uma pequena trilhazinha ainda perto do estacionamento, para ver o busto de Monet, o lugar é super agradável, cercado de árvores e próximo à um riacho.
Chegando na casa pode ser que haja uma grande fila, especialmente se for verão! Para facilitar, compre o ingresso antecipadamente no site da Fondation Monet.
Existe a opção de comprar o bilhete para o Jardim de Monet junto o ingresso para o Museu dos Impressionistas, que fica bem próximo de lá. O museu é interessante mas tem um acervo bem pequeno, então se o tempo for curto talvez valha mais visitar o Musée d’Orsay (onde se encontram diversas obras de Monet) ou o Musée de l’Orangerie (que tem duas salas com as enormes pinturas panorâmicas do artista), ambos em Paris.
Apesar de dar vontade de entrar imediatamente na casinha toda cor-de-rosa e verde (suspiros), aconselho ver os jardins primeiro, com sorte estarão um pouco menos lotados. Além disso é bem mais interessante ver alguns quadros depois de ter visto tudo aquilo ao vivo.
A visita começa pelo imenso jardim multicolorido, são diversas fileiras de flores de todos os tipos, cheiros e cores. Quando visitei o Jardim de Monet em outubro, o caminho principal ficou tomado por um magnífico rio de flores. Segundo ouvimos de um guia, esse fenômeno só acontece por pouquíssimos meses do ano, que sorte!
Seguindo as placas para etang des nynpheas, você passará por um túnel que atravessa a estrada e chega ao tão esperado lago das ninféias e ao ponto mais alto do passeio todo, a Ponte Japonesa! É realmente indescritível a sensação de estar naquele lugar, é como estar dentro de uma pintura de Monet.
Exatamente ali ele pintou inúmeros quadros, em diferentes estações do ano e em horários variados para captar a luz de todas as formas possíveis.
Para completar o cenário, fica ancorado próximo à ponte um barquinho, que também se vê em muitos de seus quadros. É impossível não ficar hipnotizado por aquele conjunto tão harmônico.
Voltando à casa, chegou a hora de conhecer o cantinho encantado desse mestre do impressionismo!
O lugar é muito aconchegante, tipo casa de vó! O que achei mais interessante foi a escolha monocromática na sala e na cozinha. A primeira é toda amarela, desde a parede até os móveis e utensílios, a segunda toda azul, com panelas e objetos em cobre. A ideia de ter um cômodo inteiro de uma cor só parece um pouco estranha, mas a execução ficou realmente incrível.
Além disso há o estúdio, (remontado fielmente de acordo com uma foto da época) onde estão expostas algumas reproduções de quadros do artista. Como eu disse, é muito interessante ver aquilo tudo depois de ter conhecido o jardim.
No andar superior é possível entrar em alguns quartos, e o que me encantou mais foi a vista da janela. Devia ser simplesmente divino acordar e olhar para aquela imensidão de flores (mais suspiros…)
Por ser uma casa antiga, alguns detalhes são bem peculiares, como o banheiro e a pequena sala de costura. Monet tinha verdadeira paixão pela arte japonesa, por isso as paredes de sua casa são recheadas de gravuras nesse estilo.
Infelizmente é proibido fotografar o interior da casa (senão acho que passaria horas lá dentro!), mas deixo aqui algumas imagens tiradas do site oficial para ilustrar essa casinha tão acolhedora!
O atelier onde Monet trabalhava é hoje a irresistível lojinha de souvenirs, e olha só o que encontrei lá, o tal livro que minha avó tinha me dado! =)
Vale a pena dar uma volta na pequenina cidade de Giverny, onde a rua principal leva o nome de Monet, claro. O charme está por toda a parte, nos caros restaurantes e cafés, nas pousadinhas, nos ateliers de diversos artistas e nas ruas, todas floridas.
Atrás da Igreja de Giverny, localiza-se o cemitério onde Monet está enterrado.
O Jardim de Monet é um dos meus lugares preferidos no mundo, espero ainda poder voltar lá mais algumas vezes na vida!
Informações úteis:
Site oficial: www.fondation-monet.com
Valores: Adulto 9,50€ | Crianças -12 e estudantes 5€ | Crianças -7 anos não pagam
Horários: Aberto todos os dias de 1º de abril à 1º de novembro, das 9:30 às 18:00 (última admissão 17:30)
*Informações e valores de 2014
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Olá..
Sou artista ….. e admiro muito os trabalhos
De Claude Monet…
.. que ter contato com vc …Damian ferraro.
não sou o grande Mestre Monet, porem me dedico a comemorar o grande sucesso do impressionismo, que na sua época fora um movimento tão sofrido, pintando e redescobrindo a pincelada do mestre.
Aprendi na França a técnica, porem antes me formei como mestre de artes em Buenos Aires.
Por isso ofereço meus serviços artisticos a todos aqueles amantes das artes que gostariam ter uma obra de Monet, (reproduçao pintada e assinada por mim) onde a obra e um estudo minucioso e detalhado de maneira tal, que posso mergulhar na vida do pintor e me sentir como ele se sentia naquele momento.
amei sua matéria.
Oi Damian, que bom que gostou da matéria, obrigada! =)
Boa sorte no seu trabalho, deve ser algo extremamente realizador!
Olá!!Estou sonhando com uma viagem à Paris e recentemente tenho pensado em conhecer algumas cidades próximas à Paris de carro, descobri seu site e texto sobre os Jardins de Monet e fiquei encantada. Se possível farei o circuito até Etretat com uma parada estratégica em Giverny. Quanto tempo você recomenda para visitar os Jardins, sem visitar o Museu dos Impressionistas? Obrigada por compartilhar experiência tão maravilhosa!!
Oi Juliana, que bom que gostou, fico muito feliz em inspirar as pessoas, esse é o objetivo!
Então, pra ver os jardins normalmente saíamos de manhã e pegávamos o ônibus de volta umas 14:00 mais ou menos, então acho que você pode contar uma manhã inteira. Já que a ideia é conhecer as cidades, acho legal dar uma voltinha em Giverny também, além do jardim, a cidade é bem pequena, mas é uma graça! Etretat é muito linda, vale mesmo a pena conhecer, você já viu o texto que fiz sobre ela?
Outra coisa que te indico, caso tenha tempo, é conhecer o Monte Saint Michel, não é tão perto de Etretat, mas é um lugar incrível também, vale passar uma noite por lá!
Se tiver mais dúvidas estou a disposição, espero ter ajudado.
Beijos,
Mari.
Que fotos lindas! Parece que estamos dentro de um dos quadros de Monet! (: Infelizmente não consegui conhecer Giverny, espero ter a oportunidade algum dia!
Verônica, a sensação é essa mesma! 😉
Mariana – Que texto primoroso! Que roteiro tão atraente! Que fotos maravilhosas! Por meio de sua narrativa tambem nos sentimos em Giverny, percorrendo a casa de
Monet, seus famosos jardins, um cenário do Eden! Reiteramos que voce reune as melhores condições para ser uma boa jornalista. Escreve bem, texto objetivo, elegante, boa bagagem cultural. Sem esses fundamentos o que resta é o jornalismo burocrático, paraiso dos parasitas. O material que voce nos enviou sobre a visita que fez a Giverny muito nos tocou. Ainda mais que voce lembrou a sempre querida e eterna figura da Carmelita, a pessoa iluminada que sempre nos inspira e nos dá força. Lá, na casa de Monet, voce ver sobre a mesa o mesmo livro a respeito dele, que a Carmelita, quando esteve lá, comprou e trouxe para voce! Tudo, tudo que voce relatou é muito bonito, muito cativante. Obrigado, e nosso afetuoso abraço a voce e ao Dani. Da Sueli e Dalisio. 03/09/2014.
Nossa, fico muito honrada de ter esse apoio tão grande de vocês, que admiro e amo demais! Estou mesmo gostando dessa coisa de escrever rs, vamos ver no que dá! Muito obrigada! Beijos.
Lindo Mari, Parabéns!!!