Posso contar nos dedos as pessoas que conheço que estão felizes onde estão. Que estão realizadas no trabalho, fazendo exatamente o que gostariam de estar fazendo, ou pelo menos caminhando na direção certa para isso.
A enorme maioria das pessoas que ronda os 30 anos estão infelizes profissionalmente! E cada dia é mais um e mais um e mais um que abandona a carreira – na melhor das hipóteses, ou que simplesmente surta e adoece.
Para quem está feliz onde está, ou ainda aqueles que estão tão imersos no trabalho que não tiveram sequer a chance de questionar se é mesmo aquilo que realmente querem, não é fácil entender esse êxodo. Muito nos julgam seres mimados, sonhadores, descomprometidos. E isso é preocupante.
Não querem que pensemos em nossa felicidade, na qualidade do nosso dia a dia e em priorizar a vida pessoal. Fomos condicionados de forma tão errada que isso hoje é querer demais.
Hoje o herói é aquele que trabalha exaustivamente, sempre fazendo horas extras (às vezes porque precisa, às vezes para agradar o chefe). É aquele que coloca sua carreira acima de qualquer outra coisa e tem estabilidade financeira como meta principal de vida. Em troca ganham um bom salário (geralmente, mas nem sempre), têm carros novos na garagem, viajam para os Estados Unidos uma vez por ano e tem dois dias por semana para viver.
E se você pensa diferente, é bombardeado por todos os lados até se sentir culpado. Isso vem da mídia, da família, da publicidade. De todos os lados. É assim que sempre foi, não dá para mudar agora. Dizem.
E aí vem os questionamentos internos. O que há de errado comigo? Porquê não encontro uma profissão que me realize, como todo mundo? Só que ninguém diz que grande parte do “todo mundo” na verdade está infeliz também. Só que se mantém ali, por variadas razões.
Hoje somos forçados a escolher “o que vamos ser quando crescer” antes mesmo de termos 18 anos. É uma obrigação social. Você não pode beber nem dirigir, mas já é suficientemente capaz de tomar a decisão mais importante da sua vida. E dizer coisas como “astronauta” ou “bailarina” não tem mais graça como quando você era criança. É para escolher uma profissão “de verdade”, entendeu?!
Infelizmente a maioria de nós não tem recursos para isso, mas como seria bom se pudéssemos ver um pouco do mundo antes de tomar essa decisão. É o pior período das nossas vidas, quando temos todas as dúvidas do mundo e ao mesmo tempo achamos que sabemos de tudo.
Seria muito saudável conhecer culturas diferentes, jeitos de viver diferentes, e por consequência aprender mais sobre nós mesmos antes de definir como vai ser o resto dos nossos dias.
Mas a sociedade tem pressa. Entre na faculdade aos 18, tenha um emprego estável aos 25, case e tenha filhos até os 30. Se é isso que você quer? Não importa! “Pensar fora da caixa” é só uma frase de efeito que deve ser dita em reuniões nas grandes empresas onde esperam que você esteja trabalhando agora.
É, são tempos difíceis para os sonhadores.
Ps. Pra minha sorte tenho os pais mais fantásticos, que sempre me apoiaram em tudo que escolhi na vida. Obrigada! ♥
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